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Mulheres e a pílula anticoncepcional

Margaret Sanger, 1916

Katharine McCormick, bióloga e milionária (Foto tirada em 1908)
"Um dia histórico e um tremendo passo à frente": foi com essa manchete que a revista Der Stern anunciou, na década de 1960, o lançamento do contraceptivo oral do mercado alemão. Em 1950, nos Estados Unidos, onde tudo havia começado. A feminista Margaret Sanger e a milionária Katherine McCormick haviam se unido para inventar uma pílula contra a gravidez que fosse fácil de usar, eficiente e barata.
O cientista Gregory Pincus aceitou o desafio. Porém tinha que trabalhar às escondidas, pois os contraceptivos estavam oficialmente proibidos nos Estados Unidos até 1965. Ele dizia que se tratava de uma pesquisa para um "medicamento" para aliviar os sintomas da menstruação e terminou seu trabalho cinco anos depois do início das pesquisas. No dia 18 de agosto de 1960 foi lançado o contraceptivo oral Enovid-10. A pílula significaria uma verdadeira revolução nos hábitos sexuais no mundo ocidental.
Nessa época, o sexo ainda era tratado apenas como meio de reprodução. A pílula significou uma reviravolta no conceito de sexualidade, pois o casal podia passar a manter a partir daí relações sexuais apenas por prazer. Ao mesmo tempo em que a indústria farmacêutica enriquecia, os homens começaram a se preocupar com a fidelidade de esposas e namoradas.
A pílula anticoncepcional teve seu auge com Woodstock e os hippies, a efervescência do movimento estudantil e o avanço do feminismo. Em pouco tempo, no entanto, começaram a ficar claros os efeitos colaterais, como mal-estar e ganho de peso.
Temores relacionados a câncer e trombose levaram a uma queda de 25% nas vendas da pílula nos anos 1970. Após alguns estudos posteriores concluíram que os benefícios da pílula superam os riscos (embora estes existam). Estima-se que mais de 100 milhões de mulheres tomem a pílula diariamente (seja para evitar gravidez, seja para o controle da acne ou da endometriose.

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